28.11.07

workshop almada 25/10/07



um copo é um copo é um copo
um líquido adquire a sua forma, e a gente nele o bebe

um copo não é um a-d-e-r-e-ç-o é um copo

um copo é um copo é um copo
cai ao chão, parte-se, e já não é um copo

3 comments:

Anonymous said...

"What's in a name? That which we call a rose/By any other name would smell as sweet."
W. Shakespeare, Romeo and Juliet

"A rose is a rose is a rose"
Gertrude Stein (in Sacred Emily)

"Sê tu a palavra,/branca rosa brava."
Eugénio de Andrade

alexandre sampaio said...

"A que mais se prolonga
termina e continua
A que abre um espaço e dança
a que quebra e é uma
e só lisa espada"
António Ramos Rosa

O Despachante said...

O objecto


Há que dizer-se das coisas
o somenos que elas são.
Se for um copo é um copo
se for um cão é um cão.
Mas quando o copo se parte
e quando o cão faz ão ão?
Então o copo é um caco
e um cão não passa dum cão.
Quatro cacos são um copo
quatro latidos um cão.
Mas se forem de vidraça
e logo foram janela?
Mas se forem de pirraça
e logo forem cadela?
E se o copo for rachado?
E se o cão não tiver dono?
Não é um copo é um gato
não é um cão é um chato
que nos interrompe o sono.
E se o chato não for chato
e apenas cão sem coleira?
E se o copo for de sopa?
Não é um copo é um prato
não é um cão é literato
que anda sem eira nem beira
e não ganha para a roupa.
E se o prato for de merda
e o literato de esquerda?
Parte-se o prato que é caco
mata-se o vate que é cão
e escreveremos então
parte prato sape gato
vai-te vate foge cão
Assim se chamam as coisas
pelos nomes que elas são.

Ary dos Santos