28.11.07

workshop almada 27/10/07


vou a tua casa e tu não estás

abro a porta. as mesmas caixas que embalei na semana anterior. intactas.
todo o corredor cheio de ti.
à tua espera. à minha espera. (à vossa espera.)

abro a porta. tu não estás. não sei porque partiste nem se regressarás
.
e tudo deixaste. (tudo foi o que guardei.)

entro na minha-tua casa. reabro as caixas. (procuro saber de ti)

2 comments:

Anonymous said...

"Uma casa que fosse um areal
deserto; que nem casa fosse;
só um lugar
onde o lume foi aceso, e à sua roda
se sentou a alegria; e aqueceu
as mãos; e partiu porque tinha
um destino; coisa simples
e pouca, mas destino
crescer como árvore, resistir
ao vento, ao rigor da invernia,
e certa manhã sentir os passos
de abril
ou, quem sabe?, a floração
dos ramos, que pareciam
secos, e de novo estremecem
com o repentino canto da cotovia"
E.A.

alexandre sampaio said...

http://www.youtube.com/watch?v=hlfAACD3z_Y